A Balbúrdia de final de ano afasta o Turista de Caraguatatuba???

Reveillon

O final de ano em Caraguatatuba, mais especificamente o Réveillon já se tornou tradição em Caraguatatuba. Há uma velha frase que diz: “Dormimos com 50 mil e acordamos com 500 mil no final do ano”, o que demonstra a transformação instantânea que o município sofre em horas nesta data de festa.

Na verdade a cidade fica a beira do caos nesta época do ano desde 1990, quando até o costume do Natal se alterou. Uma festividade de âmbito familiar começou a ser motivo de vinda a praia, para a troca de presentes, aumentando o movimento turístico no município, mas o período crítico sempre foi a despedida do Ano Velho e a recepção do Ano Novo.

Filas intermináveis nos principais pontos comerciais, demora na Rodovia dos Tamoios que chega a uma dezena de horas para vir de São José dos Campos até Caraguatatuba, falta de água e em alguns casos de luz, quando a chuva é forte e constante, trânsito caótico nas principais vias de acesso, falta de espaço na areia das praias mais visitadas e um barulho ensurdecedor vindo de carros com as músicas da parada de sucessos nacional são os ingredientes da Balbúrdia que se instaura na cidade neste período festivo.

Mas esta sequência de problemas interfere em algo na cidade? O número de turistas tem diminuído ao longo dos anos por causa de tantos problemas numa só época? Se o turista não deixa de vir há pelo menos uma troca de perfil do nosso visitante?

Para o Presidente da Associação de Hotéis e Pousadas de Caraguatatuba, o empresário Rodrigo Tavano, nos últimos 5 anos a taxa de ocupação do Natal na cidade se elevou de 15% para 85%, enquanto que o Réveillon varia de 95% a 100%, o que significa muita gente perambulando pelas ruas e praias da cidade. Na opinião do empresário a Balbúrdia do Ano Novo afasta um pouco o turista de maior poder aquisitivo. “Afasta um pouco, é difícil controlar tanta gente e o turista de maior poder aquisitivo se afasta, enquanto que o turista mais popular fica e continua”, disse. Esta afirmação vai ao encontro das últimas pesquisas que verificaram o aumento da classe C e seu correspondente poder aquisitivo.

Rodrigo Tavano relata que este turista de melhor poder financeiro deixa para vir depois das festas ou fora dos períodos de férias e temporada. Outro problema apontado para a chamada “muvuca” de fim de ano são os shows gratuitos, que trazem muitos problemas e alguns turistas que não tem espírito comunitário.

O Secretário Adjunto de Turismo de Caraguatatuba, o Jornalista Salim Burihan não comunga do mesmo pensamento do empresário da AHPC. “A movimentação de final de ano em Caraguatatuba não afasta de maneira alguma o turista que aqui nos visita, pelo contrário, há cada ano mais e mais turistas nos visitam, por causa dos investimentos feitos pela Prefeitura”, disse. Segundo Burihan, quem deixa de vir para a cidade nesta época é o Veranista, pois prefere aproveitar a sua residência de veraneio em outra época “mais calma”. “O turista não conhece a cidade quando aqui vem pela primeira vez e quando isso acontece retorna anualmente. Temos turista de todos os tipos que para cá vem e uma prova disso são as altas taxas de ocupação”, frisou. O maior problema, segundo o Secretário Adjunto são as propagandas falsas que anunciam residências de aluguel pela Internet. “Temos informação de 2 propagandas enganosas que o turista nem pegou o dinheiro de volta, por não ter outro lugar para ficar. Simplesmente mostraram algo que não existia. Isto é ruim e afasta turista da cidade”, desabafa.

O Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caraguatatuba (ACE), Roberto Dias das Mercês, empresário do ramo imobiliário e proprietário da Nova Opção Imóveis tem uma linha de pensamento diferenciada sobre o assunto. “A estrada melhorou e vai trazer mais melhorias para a cidade e região. Ao mesmo tempo alguns comerciantes sentiram-se prejudicados. Penso que o som alto precisa de mais fiscalização, pois gera muitas reclamações, não só dos moradores locais como dos turistas que alugam casas e apartamentos no final do ano”, disse.

Roberto Mercês pensa que o morador deve entender e aceitar o turista. “Quanto a bagunça produzida nesta época os moradores não gostam e não estão acostumados, mas temos que aceitar e entender para melhor atendê-los”, frisou. Ao final o Presidente da ACE entende que há exageros. “Não acredito que a bagunça do final do ano afaste o turista da cidade. Os turistas exageram, fazem o que querem, achando que podem fazer o que querem. Eles vêm, vão embora e tudo isso não os afasta. Eles querem se divertir”, finalizou.

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