BLOGUEANDO 15 – ABR – 2015

Bloguear 8

Fecharam o Buteco

E o que todos temiam aconteceu: O Imprensa Livre anunciou, por meio de sua advogada, que irá fechar suas portas. Foram 28 anos de alegrias, vitórias, de polêmicas, belos furos, algumas barrigas e muita, mais muita adrenalina……….!!!!!!!!!!

Buteco???

Quando falo em Bar, Buteco ou Botequim, refiro-me a cachaça que é ser jornalista, uma praga difícil de largar, uma paixão difícil de separar, um vício gostoso de ter, um vírus que você não quer tratar, uma doença a qual você não procura a cura.

Indignado

O que mais causa indignação é o fato de anunciarem o fechamento do jornal através da advogada e durante uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho em Campinas. O fechamento, reforma, alteração ou abertura mereceria cerimônia solene, tanto no jornal como na Câmara, com direito a placa de prata e coletiva na praia central.

Acabou o Buteco

Lembro bem de como tudo começou: Era lançado o Chip News, um jornal semanal que prometia informar e movimentar São Sebastião. Com o tempo o semanário lançou um encarte, denominado Imprensa Livre, que vingou até os dias de hoje.

Bar Diário

Em 1992 o médico Lourival Costa Filho e o arquiteto Marjan Kowslowski decidiram que o Imprensa Livre deixaria de ser encarte e passaria a jornal e o melhor, a jornal diário. Em julho, saído da Prefeitura fui até São Sebastião e Lourival me deu a incumbência de ser o Correspondente em Caraguatatuba.

Outro Buteco

Só queria frisar que havia saído da Prefeitura, onde trabalhei por 4 anos na Assessoria de Imprensa do ex-Prefeito Bourabeby e fui dispensado por ter ficado no gabinete, organizando a cerimônia de transmissão de cargo, pois a posse estava sendo feita pela Câmara, ou seja, fui dispensado por ter trabalhado corretamente. É Mole……….??????????!!!!!!!!

Funcionários do Bar

Nessa hora me recordo dos que me antecederam e comigo trabalharam: Salim Burihan, Raquel Salgado, Nilma Raquel, Janete Ribeiro, Nivaldo Simões, Daniela Gurgel, Reginaldo Pupo, Zé Valpereiro, Adrian Kojin, Cardoso (gráfico), Selma Almeida, Renata Fernanda e seu irmão (Diagramador), Paulo Escada, Débora Rodrigues, Alialba, Neide e outros que não me recordo no momento.

Morte no Buteco

Um dos fatos mais tristes da minha vida no Imprensa Livre foi a morte da nossa chefe e esposa do baixinho Lourival Costa, Cláudia Costa, num acidente na Tamoios. Lembro que eu e Nivaldo queríamos fazer a edição sozinhos e o Lourival não deixou. A partir daí os mais emotivos sentiram mais o fato e passaram isso para o jornal.

Momento Botequim 1

Foram vários os momentos que me recordo do período que trabalhei no Imprensa Livre, numa primeira fase de 1992 a 1997 e de 1999 a 2001. Teve o caso do grupo de políticos de Ilhabela que foram até a redação pedir a cabeça do Nivaldo Simões. Depois de 2 horas de muita conversa Lourival Costa Filho prometeu que iria manter o coleguinha trabalhando, para desespero e desgosto do grupo político ilhéu.

Momento Buteco 2

Quem se recorda da primeira candidatura de Antonio Carlos em Caraguatatuba, no ano de 1996??? Antonio Carlos queria a todo custo Aguilar de vice, por causa dos votos da zona sul. O problema é que Aguilar pertencia a outro partido e o PSDB na época queria chapa pura, tucana de cabo a rabo.

Momento Botequim 2

Iniciou-se uma guerra política das melhores que já vi em toda a minha vida. De um lado o Diretório querendo chapa pura e do outro lado Lúcio Fernandes como interlocutor de Antonio Carlos mostrando que Aguilar era a melhor alternativa.

Momento Bar 2

O imbróglio chegou a tal ponto de aproveitarem a visita do Governador Covas para reclamarem ao grande chefe Bandeirante sobre o caso. Este que vos escreve aproveitando do momento, gravou a reclamação até a hora que na época o Deputado Estadual Paulo Julião tentou tomar o meu gravador. Bagunça feita a ponto de deixar Covas irritado, que foi embora logo em seguida.

Momento Banho de Balde 2

Outro fato ainda sobre este problema foi quando entrevistamos o Presidente do PSDB Estadual que ao ser indagado sobre o problema envolvendo Antonio Carlos respondeu simplesmente: “O que o Antonio Carlos fizer o partido assina embaixo!!!”. Foi um balde de água fria na situação.

Momento Cachaçada 2 – Final

Ao final todo esse furdúncio rendeu capas e mais capas durante toda a semana, com a edição esgotando nas primeiras horas do dia e culminou com um jantar, no sábado, no Restaurante do Tião, onde o Diretório e Antonio Carlos trocaram apertos de mão, colocando um fim a tempestade.

Tradição Botequeira

Quando tínhamos a matéria na mão e descobríamos que seria um furo na região, o finado Nivaldo Simões tinha por tradição subir na mesa da redação, sapatear, dançar, deitar e balançar as pernas para cima, ou seja, fazia aquele Carnaval, desafogando o stress do dia.

Bar a Bala

Certa vez estava eu na redação do jornal, a qual eu visitava há cada 15 dias e de repente, surge na janela o fotógrafo Zé Bacalhau (José Valpereiro), informando que a Polícia Civil iria iniciar uma busca a marginais no Topo e que precisávamos estar lá para documentar. Imediatamente subi na moto do Bacalhau e fomos até o local. Jesus Cristo!!! Nunca vi e ouvi tanta bala de um lado para o outro. No final as fotos ficaram ótimas e o texto, campeão, com direito a furo regional, furando Vale Paraibano e Folha Vale.

Buteco na Madruga

Foram muitas e muitas as vezes que acordei de madrugada, chamado pelo Delegado de Plantão ou pelo Oficial da Viatura que estivesse de serviço. Já vi de tudo: Maconha, Cocaína, Assaltantes, Produto de Furto, Estupradores, Assassinos, Pais viciados que mataram seus filhos na pancada, Rebeliões na Cadeia Pública.

Botequim Visitando

Por outro lado foram várias as visitas de Policiais Militares em minha casa, me procurando para informar sobre ocorrências policiais. Quantas vezes os policiais não entraram no meu prédio, armados de metralhadoras me procurando e deixando recado que teria matéria na Delegacia. Sou do tempo do Capitão March, Capitão Romano, Tenente Longo, Tenente Santana, Cabo Julinho, Trovão, Pedro Simoni, Marron, Araújo e muitos outros guerreiros, que como anjos da guarda, tem a tarefa de nos proteger.

Curtas de Bar

As Curtas eram o carro chefe do jornal e esta coluna, BLOGUEANDO é a continuação e uma homenagem a tão fascinante editoria. Apenas para se ter uma idéia da proporção, certa vez o finado advogado Sílvio Ferreira disse que não fez sua caminhada devido a Diabete estar alta. Bastou eu publicar isso para o nobre causídico receber pelo menos 10 receitas caseiras para reverter a hiperglicemia, seja ao vivo, seja por telefone ou por recado de terceiros.

Triste Fim do Buteco

Não cabe agora discutir ou conjecturar sobre o fim do Imprensa Livre. Tenho minhas opiniões sobre o assunto e discuti-las agora não vai ajudar em nada. Esperamos apenas que a idéia não morra e que um novo periódico nasça, apareça e consolide uma posição de “informador” do Litoral Norte.

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