Caraguatatuba do Turismo Sazonal e do Comércio Amador

 

Calçadão Santa Cruz 2

 

A cidade de Caraguatatuba é uma Estância Balneária encravada no Litoral Norte de São Paulo, dentro da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, com mais de 110 mil habitantes e considerada como o Portal da sua região, tendo entre vários equipamentos uma Unidade de Tratamento de Gás da Petrobrás, de nome Monteiro Lobato. Antes disso a sua vocação é o Turismo.

Dotada de praias e belezas naturais das melhores em 26 quilômetros de costa, o Turismo rende milhões nas férias de Janeiro e Julho, além dos feriados prolongados. Como frisamos, os milhões rendem apenas nos períodos mencionados e não durante todo o ano, como deveria ser, da maneira mais precária possível.

Este texto tem por objetivo mostrar que nada adianta ter uma identidade turística, mesmo que seja sazonal, se o comércio não for profissional.

Há anos que Caraguatatuba vive apenas do Turismo. Nas épocas de Janeiro e Julho e nos Feriados prolongados a idéia é ganhar o máximo de dinheiro possível com o mínimo gasto e a total sonegação de taxas e impostos, para poder sobreviver até o próximo período. Para que isso possa acontecer compra-se o que tiver melhor custo-benefício para obter o maior lucro.

Não se sabe de onde partiu a idéia de ganhar nos períodos nobres e ficar sem fazer nada e reclamando da vida na baixa temporada. Pode ser do Poder Público, que nos últimos 30 anos não investiu uma verba de porte na divulgação e preparação do Turismo na cidade. Ao mesmo tempo os poucos comerciantes que reclamam e pedem mais apoio não são ouvidos.

É impressionante como é o clima e o movimento da cidade em meses como Abril, Maio, Junho, Setembro, Outubro e Novembro. Tempo bom, sol forte e quente, calor na casa dos 26 graus, as mesmas belas belezas naturais dos períodos mais nobres, poucos veranistas e nenhum turista.

Mesmo com as novas regras de mercado, marketing, promoção e publicidade a ideologia na cidade não mudou. O comerciante fecha o seu comércio ou reduz sua capacidade, esperando o próximo feriado e em alguns momentos do ano, principalmente no mês de agosto, reclama-se bastante da vida e do movimento.

O amadorismo de hoje suplantou o provincianismo do passado, quando ao final de cada temporada de verão os comerciantes mais bem sucedidos compravam carro novo e ficavam a desfilar pela cidade, buzinando provocativamente nas esquinas para os amigos e até desafetos, como forma de mostrar a sua superioridade.

Aliado a tudo isso está a dificultosa e medíocre estrutura comercial da cidade, onde não se investe em atendimento, serviço melhorado, em excelência máxima. Nada disso ocorre e torna tudo complicado para o consumidor, turista e porque não, o veranista que comumente nos visita.

Alguns exemplos mostram claramente a precariedade do amadorismo comercial da cidade. Cafés que dispõem de vigilância na Internet mas que não disponibilizam a senha do Wi-Fi para os clientes; Garçons que ao serem perguntados sobre quais os sabores de sorvete servidos respondem “Um montão”; Atendentes de loja que não se aproximam ou se colocam a disposição para o atendimento devido; Garçons que erram o pedido e ao reparar a falha, não pedem desculpa por ela; Funcionários que desconhecem os ingredientes do produto que vendem e produzem.

Restaurantes que cobram caro por pratos específicos, mas não apresentam um serviço condizente com o custo; Doceiras que servem salgados em pratos de louça e talheres de metal e doces em pratos de isopor com talheres de plástico. Estabelecimentos que perdem na qualidade do atendimento durante os períodos nobres e trabalhadores que informam não poder manter rodízios ou outros serviços durante a temporada por não “dar conta” do movimento e estabelecimentos comerciais que simplesmente “laçam” o funcionário temporário na rua e o colocam para trabalhar sem a devida orientação e treino.

Nesse imbróglio existe uma guerra: De um lado os comerciantes alegam não encontrar trabalhadores com currículo e qualidade para pagar o devido soldo e do outro estão os trabalhadores que reclamam não receber o salário da categoria. Reclamações comuns nesta época dão conta de que os trabalhadores não param no emprego ou sequer tem a responsabilidade de trabalhar, preferindo gozar a melhor época do ano sem trabalhar.

Uma batalha organizacional deve ser feita para corrigir os problemas e profissionalizar o comércio local. Cursos de atendimento e específicos para Garçon, Cozinheiro, Copeiro, Atendente de loja dentre outros devem ser ministrados a custo zero com plena aceitação dos trabalhadores. A melhoria na folha de pagamento dos empregados e a estruturação do custo/benefício dos comércios e prestadores de serviço.

Exterminar a Sazonalidade no Turismo, criando planos de baixa temporada, incentivando o Turismo de Negócios e Ambiental. Divulgar, criar eventos e incentivar o Turismo na baixa temporada com uma verba respeitável pelo Executivo. Tudo isso, de forma unida e interativa fará com que tenhamos um Turismo de Qualidade, com um Comércio Profissional numa cidade onde o gás é fonte de divisa e apoio ao desenvolvimento e não forma única de dividendos.

Geral Comércio Caraguá 3

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