Comercialização do vinho na Idade Média e minhas raízes

*Stefan Massinger

 

Sendo fato, que o consumo do vinho era significante nos países do norte da Europa, mas a produção era na Europa central e no sul, surgiram profissões além do produtor, lembrando que muito vinho era produzido em abatias e monastérios (até hoje temos excelentes vinhos de monastérios europeus!) Desse modo, o vinho que era produzido em regiões como a Aquitânia (sudoeste da França), onde florescia bem a vinha, era transportado até as regiões setentrionais e, de lá, à Inglaterra, graças à fácil via marítima. Esse trânsito comercial acabou originando, por si mesmo, um dos grandes fluxos de mercadorias do norte da Europa.

Resumindo e terminando a história do vinho na idade média, me permite de contar aqui a história dos meus próprios ancestrais, que representa exatamente o início de uma família, hoje seria definida como classe média, na época medieval éramos comerciantes de vinho e tanoeiros. O nome da minha família Massinger, com aquele “er” no final significa, que estamos de um lugar, chamado Massing, uma cidadezinha perto do Munique em Alemanha. – seria como se alguém chama-se “Caraguatatubense”. Enfim desta cidadezinha, que tinha nada a ver com vinho, onde até hoje a cerveja domina, saíram meus ancestrais, saíram seguindo o rio Danúbio, para a área da então dinastia imperial da Áustria, que eram os Babenbergers, a dinastia que reinou de 946 até 1246. Enfim, uma parte das pessoas desta cidadezinha perto do Munique recebeu um feudo para cuidar perto de uma cidadezinha, que se chama “Königsstetten” – nas beiras de rio Danúbio, hoje perto de Viena, nosso capital, de carro uma viagem de mais ou menos 37 minutos. Nos dias dos Babenbergers, um pouco menos que um dia.  O nome Königstetten é derivado de Chunihohesstetin. Chunihoh é um nome masculino do alemão médio. Foi mencionado pela primeira vez em 985 em um documento do Bispo Pilgrim von Passau (971–991). A viticultura é mencionada pela primeira vez em 1083. Os mosteiros em Göttweig e St. Pölten possuíam vinhedos, e em 1292 o mosteiro da Alta Áustria Schlägl também tinha vinhedos em Königstetten. O Bispo de Passau construiu um castelo e a partir de 1415 esta foi a sede administrativa. Em 1438, o rei Albrecht II concedeu direitos de ter um mercado, uma feira, a Königstetten.

E então nesta cidadezinha os Massingers começaram de trabalhar com vinho. Mas não como vinicultores, mas como tanoeiros e transportadoras do vinho, feita na região para o corte de Viena e para as feiras do capital. O nome da família está presente até hoje nesta cidadezinha, “tivemos” até prefeitos e temos uma rua com nosso nome lá, onde hoje ainda tem uma empresa familiar com nome Massinger, mas não trabalha com vinho. De certa forma são meus parentes, mas ao longo da história os caminhos se perderam e hoje não posso dizer, que lá moram meus primos ou algo parecido. Mas que nossa família tem raízes no comercio do vinho é fato! E aí se fecha um ciclo, eu aqui, trabalhando com distribuição e comercialização de vinho, como meus ancestrais já fizeram…

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo Master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, treinando interessados como empreender no mundo do vinho. Também tem uma empresa de venda de vinhos on-line e atua também como consultor independente de negócios.

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