E a Câmara de Caraguá continua a mesma

Um jargão do meio político local bem como entre a população fala que a atual composição da Câmara dos Vereadores de Caraguatatuba é sempre pior do que a anterior, ou seja, a anterior que já era ruim, consegue ser melhor ante a atual, que tem qualidade ainda mais inferior. Este jargão se arrasta há pelo menos 30 anos na cidade. Pelo visto o Legislativo continua o mesmo, pois há muito pouco ou quase nada do que se vangloriar.

A base da política nacional tem início com a figura do Vereador, o “verdadeiro operário da política brasileira”, como dizia um ex-Vereador de nossa cidade. É o Vereador que constrói as verdadeiras Bases Eleitorais, tem mais proximidade com a população, conhece realmente os seus problemas e elabora, naturalmente, um retrato fiel do povo brasileiro.

Infelizmente este “operário” não segue a risca o que rege a sua cartilha de trabalho. O Vereador não fiscaliza o trabalho do Executivo e não faz o trabalho de ‘homem de ligação’, entre o povo e a Prefeitura. Como operário é o mais visado pelo povo e a imprensa e suas atitudes, deixam a desejar, seja por inexperiência, falta de apoio, de orientação ou simplesmente por desconhecimento do que seja o seu papel e a relevância do seu cargo perante a sociedade brasileira.

Já que estamos no período dos 100 dias do Executivo, por que não analisarmos o mesmo período do Legislativo???, cabendo ao leitor analisar se esta gestão de Vereadores é melhor ou pior do que a anterior.

Na verdade a abordagem será superior aos 100 iniciais dias. Começa com os trabalhos de bastidor para eleger o novo Presidente do Legislativo. Com uma composição de 15 Vereadores, sendo 7 reeleitos e 8 eleitos e destes, 7 de oposição e 8 da situação e com a intenção de 2 deles de se candidatarem a Presidência do Legislativo, ansiava-se por  debates acirrados e de empenho para eleger o novo dirigente pelo biênio 2017/2018, tendo uma margem pequena para conquistar. Esperava-se de um lado que houvesse o equilíbrio do poder e de outro a unificação da liderança, ou a “Familiarização do Poder”, que se tornou a opção escolhida, com opositores tornando-se situacionistas e todos visando o próprio umbigo, pois o Vereador trabalha para o povo e não como equipe auxiliar do Executivo. Ainda sobre esta questão a dupla de candidatos tornou-se único e foi eleito quase que por aclamação. Mais tarde o assunto veio a tona através de vazamentos nas Redes Sociais e ainda continua sem explicação.

Com o passar dos dias vislumbrou-se a falta de experiência e de comando na direção da Casa de Leis, com arrependidos e desacreditados semanalmente reclamando promessas que certamente jamais serão cumpridas. Vêm as semanas seguintes e até nota-se boas intenções, mas que desmedidas tornaram-se alvo de discussão, quando a promoção turística visualizou benefícios a terceiros.

Vem a primeira crise. A crise do emprego torna-se presente e emergente com reclamações e a necessidade de agir de pronto e quando todos esperam atitudes que levem ao bom senso as empreiteiras e a caça aos Paqueiros, a Câmara atualiza uma Lei inconstitucional e cria uma CAR – Comissão de Assuntos Relevantes para tratar do assunto, atitude essa que é sabido no meio político, nunca resolveu as questões para a qual foi criada.

A falta de tato de alguns integrantes do Legislativo, principalmente os mais novos, mostram que o tempo de campanha e os relacionamentos de amizade ficaram para trás e que uma nova postura deve ser assumida, mas isso é o menor dos males neste período centenário.

Chega a hora das homenagens e a honraria visualiza as Mulheres. Quando os Vereadores poderiam mostrar a que vieram, agraciando as verdadeiras guerreiras que simbolizam a data, preferem homenagear seus parentes e agregados, como esposa, sogra e mãe.

Finalizando a situação política de um Vereador é colocada em xeque por seu suplente e a Câmara por sua vez, demora para dar o seu parecer, nomeando um causídico terceiro, em detrimento de uma equipe de juristas de primeira linha, que há décadas orienta Vereadores no caminho do bom direito.

Esse resumo define os primeiros 100 dias da nova composição da Câmara de Vereadores. Cabe a você, leitor, definir a sua opinião, o seu posicionamento quanto ao assunto, que pode ser favorável ou desfavorável, ou, se no final das contas, a Câmara continua a mesma.

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