Liderança Regional vai ser dividida

Ao contrário de 2017, quando a Liderança Regional Política do Litoral Norte ficou nas mãos de Felipe Augusto, do PSDB, a situação em 2021 é outra totalmente diferente. Desta vez o PL entra no jogo com objetivo de no mínimo repartir o poder, mas com o intuito de liderar a região. Esta Guerra Fria vai animar os bastidores nos próximos quatro anos.

Iniciamos este texto abordando o tema Liderança. Como diz a palavra, Liderança vem de líder, daquele que lidera, que comanda, que ordena, que distribui responsabilidades para o seu grupo, repartindo os louros, organizando a situação mas sempre sendo a voz de comando, a última palavra no grupo.

No caso da Política, de Prefeitos e do Litoral Norte, Liderança é obviamente política e o Prefeito Líder torna-se o Porta-Voz dos Chefes do Executivo na região, é aquele que levanta a voz a favor da região e coloca sua cara a tapa pelas melhorias regionais. Geralmente é aquele que tem uma maior ligação com o Governador e por causa disso consegue as melhorias necessárias.

Em 2017 a situação era bem cômoda para o Prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto que conseguiu se eleger, era o único Tucano no Litoral Norte num Governo Estadual que estava sob o comando de Geraldo Alckmin, antes da posse de França. Felipe tomou, por conta da situação, a vaga de líder Tucano e do Litoral Norte, pois o cabeça de chave do partido na região não podia se reeleger, perdeu o seu sucessor em Caraguá e conseguiu eleger seus apadrinhados em Ubatuba e Ilhabela.

A bem da verdade é que as má gestões de Sato em Ubatuba e Márcio Tenório na Ilhabela, juntamente com a inelegibilidade de Antonio Carlos da Silva contribuíram para reforçar a liderança de Felipe Augusto no Litoral Norte, como o Porta-Voz de nossa região, o que foi consolidada com a sua Reeleição.

Reza a lenda que nos áureos tempos do PT no poder, que uma reunião entre os líderes do Partido dos Trabalhadores e as legendas participantes e apoiadoras, dentre elas o PL – Partido Liberal – realizaram algo como a “Reunião de Yalta”. Yalta é uma cidade na Holanda que reunião em 1945 os grandes líderes mundiais da Segunda Guerra Mundial; Eisenhower, Churchill e Stálin, respectivamente os comandantes dos Estados Unidos, Inglaterra e Rússia. Neste encontro foram decididos os caminhos da Europa Pós-Guerra, repartindo os países como concessões do trio de poderosos.

Segundo consta o PT, o PL e outros partidos repartiram o Brasil, dando as legendas apoiadoras cidades, regiões e estados do país, onde teriam o mando necessário e o controle político do eleitorado e neste encontro ficou decidido que o Litoral Norte de São Paulo ficaria nas mãos do PL. Quem tiver boa memória irá se lembrar que PT nunca agiu com carga total na região, conseguindo, no máximo, eleger Moromizato como Prefeito de Ubatuba. Colocar a nossa região nas mãos do PL significa ter Valdemar Costa Neto como Oficial General.

Pois bem, mesmo como toda esta divisão territorial política o PL sobreviveu na base dos apoios, das parcerias e das indicações nos últimos anos e passados alguns anos o partido sobressaiu-se na região, elegendo Flávia Pascoal em Ubatuba e reelegendo Toninho Colucci em Ilhabela. A região vai contar também com Aguilar Júnior pelo MDB em Caraguatatuba e Felipe Augusto pelo PSDB em São Sebastião.

Se analisarmos pela superioridade numérica, o PL reina com folga no Litoral Norte, mas não podemos esquecer que o Governo do Estado ainda está nas mãos do PSDB e isto dá uma certa pontuação para Felipe Augusto, cabendo a Aguilar Júnior ser um coadjuvante ou um corredor single na luta por melhorias locais e regionais.

Mas ao nos aprofundar no atual quadro político, percebemos que a situação é outra, mais delicada, crítica e nada favorável para uma liderança única. É público e notório que Felipe Augusto e Aguilar Júnior convivem apenas socialmente, numa interação de fachada estritamente política, não esperando desta relação ações humanitárias. O mesmo acontece entre Toninho Colucci e o seu vizinho em São Sebastião. Daquele lado do canal o quadro é tão delicado que o Prefeito de Ilhabela estima lançar o principal adversário político de Felipe Augusto para Deputado no próximo pleito, em 2022, como forma de desbancar a Primeira-Dama Michelli Veneziani, que novamente tentará uma vaga na Assembléia Legislativa.

De resto Flávia Pascoal deverá seguir Colucci por ser do mesmo partido, assim como Aguilar Júnior pelas razões já apresentadas, ou seja, no mínimo haverá uma disputa acirrada pela Liderança Política no Litoral Norte, entre Colucci e Felipe, que perde a vantagem de ser Tucano, tendo em vista a imagem do Governador na região, que não anda lá estas coisas. Enfim, a torcida é para que a disputa pela Liderança não atrapalhe os planos de desenvolvimento conjunto da região, que padece de mais atenção da parte dos Governos Federal e Estadual.

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