Minha Vida era uma Eterna Tempestade – VIII

A Vida de um Viciado como eu, de boa família, de vida fácil, na verdade um inútil que não respeita a si e muito menos seus pais e amigos não era apenas de devaneios. Antes que você diga que eu vivia na impunidade, direi que está enganado. Viver à cerca da Lei merece alguns capítulos e momentos não muito agradáveis.

Penso que não há necessidade de dizer que usar drogas ilícitas é Crime!!! Seja pelo consumo, seja no Tráfico, o que vale detenção, liberação com pagamento de Fiança, processo e na maioria das vezes prisão em Penitenciária ou Centro de Detenção Provisória – CDP – Lembrando também que todo este trâmite é longo e causa uma enorme dor de cabeça, ainda mais que o viciado ou traficante corre o risco de Cárcere Fechado.

Não adianta você me dizer que o viciado pode viver escondido da Sociedade, fazendo suas estripulias e anônimo aos olhos das pessoas e o pior, da Polícia, que tem uma rede de informantes maior do que muito Jornalista, onde todos sabem, todos comentam e todos procuram saber para ficar de bem com os homens de farda e da Justiça.

A minha primeira experiência com a Polícia foi pura sorte. O sol tinha acabado de nascer e voltávamos de uma bela farra onde não faltou Cocaína, Maconha e muito sexo louco com Simone e Olívia, com direito a uma caliente sessão entre elas apenas. Já havíamos usado tudo que tínhamos comprado mas o retorno para nossas casas foi feito com muita bagunça, barulho e animação. Estávamos numa rua movimentada e cruzamos com uma viatura da Polícia Militar e a nossa balbúrdia chamou a atenção dos policiais.

Dito e feito. A viatura fez meia volta, acionou o giroflex e a sirene, encostou no nosso carro e mandou encostar, o que fizemos prontamente. Com a mão no coldre os policiais ordenaram que saíssemos do carro e fizeram revista pessoal, que mesmo proibido por não haver policial feminina não iríamos reclamar, não encontrando nada. Achando que tudo terminaria apenas com este procedimento, enganei-me redondamente, pois em nossos rostos era visível as feições de uma noite de esbórnia, de drogas, de viajantes de um mundo ilusório e fantástico. Sendo assim iniciaram uma revista no carro, no meu carro diga-se de passagem, onde reviraram tudo, do motor ao estepe, do porta-luvas aos tapetes e os bancos e nada encontraram. Em seguida fomos liberados, mas todos estavam brancos, suando frio e recebendo o aviso da Polícia de que ficariam de olho em nós, quase borramos as calças.

Outro caso foi com a Polícia Civil. Estávamos na casa de um conhecido e um novo integrante do grupo surgiu do nada, fazendo perguntas, querendo ver as drogas e pedindo para experimentar. Bastou colocar a Cocaína na língua para certificar-se de que era de qualidade e a casa caiu. Todos receberam voz de prisão e antes de sermos algemados e o reforço chegar, um dos integrantes do grupo perguntou se haveria a possibilidade de um acordo. Instantaneamente o olho do Investigador brilhou e uma vaquinha de emergência foi feita e tudo foi esquecido, alegando que ele poderia voltar para buscar mais dinheiro. Na verdade ninguém seria preso, com o apelo do Suborno vindo antes do policial fazer o mesmo.

Agora é real!!! Estávamos na mira da Polícia, na vigilância da Lei, que a qualquer momento poderia vir com tudo, seja para nos prender, seja para receber mais propina.

O terceiro caso, ou melhor, a terceira emoção foi a melhor, ou seria a pior???, a mais pesada. Estávamos em outra casa, a festa seguia aos borbotões e além do nosso quarteto, outras pessoas estavam presentes e participando ativamente, além das drogas rolava muita bebida e a festividade tinha como plus muito sexo, com homens e mulheres nus e alguns praticando o direito de ter prazer e gozar. Neste instante surgem policiais de todos os lados. Mão na cabeça, encostados na parede, ninguém se mexe ou abre a boca, armas em punho, muito stress e nervosismo. Revista feita, droga encontrada e quando parecia que o mundo estava em queda, surge a salvação; Havia um menor de idade que alegou a propriedade das drogas. Obviamente estamos até hoje pagando o Advogado para ele, mas o bom da história é que o moleque saiu como Traficante e nós todos como simples usuários.

A vida das drogas pode ser de profunda ilusão, mas também é combatida fortemente pela Lei.

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