O Início do Fim

A ACE – Associação Comercial e Empresarial de Caraguatatuba, que já teve o nome de ACIC – Associação Comercial e Industrial de Caraguatatuba viveu duas fases áureas; A primeira, chamada de a época dos Romancistas ou Idealistas, composta por Francisco Monter, José Barbosa, Amil Burihan, Elias Serralheiro e outros. A segunda fase recebeu o nome de Modernidade e foi composta pelos Empretecos que introduziram tecnologia, avanços e regras de mercado. Tendo em vista as épocas anteriores, não podemos dizer que a atual gestão, liderada por Sávio Luís dos Santos terá o mesmo sucesso.

O comerciante do ramo de Sorveteria Sávio Luís dos Santos, conhecido popularmente como Leoa, tomou posse como o 20º Presidente da ACE este mês para o Biênio 2018/2019. Com 57 anos, casado e com dois filhos o novo Presidente da ACE é o herdeiro natural da receita do Sorvete Artesanal, elaborado por sua mãe, a saudosa Severina que está no mercado há mais de 50 anos. Leoa é filho também de Sílvio Luís dos Santos, o ex-Prefeito Sílvio Careca, conhecido pela lisura e honestidade de seus atos.

O novo mandatário da ACE herda também uma entidade com mais de 900 associados e nove funcionários, num universo com mais de 6 mil MEI – Micro Empreendedor Individual e pelo menos 5 mil comércios efetivamente instalados, um prédio com 500 metros² de construção dotado de auditório para 150 pessoas, um prédio anexo que está alugado e oferece renda a entidade e uma Sede Social no Santa Marina com área de 4.300 metros² contendo um Quiosque de 350 metros² que custou cerca de R$ 300 mil.

A nova Diretoria é composta, além de Sávio, do vice Ari Barbosa e do segundo vice Leandro Borella, além de Lucas Gallina e Dimas Noronha como Secretários, Eduardo Yoshimoto e Alexandre Stringari como Tesoureiros; Antonio Alves como Diretor de Patrimônio e Hallan Valente como Diretor de SCPC. O grupo é formado por sete Conselheiros: Paulo Ramiro, Cristiana Arena, Francis Shortall, Mário Garcia, Roseli Quinetti, Sidney do Nascimento e Yuri Bellato.

Sem qualquer preparo ou conhecimento nas áreas de Administração de Empresas, Economia, Mercado e Turismo a gestão liderada por Sávio dos Santos pode pôr um fim nas fases Idealista e Técnica que vinha passando a ACE ao longo dos seus 53 anos, freando os avanços e jogando por terra as melhorias conquistadas. Se por um lado o novo Presidente pretende resgatar o lado social da entidade, pelo outro mostra desconhecer totalmente o que é a Sazonalidade no Turismo, respondendo quando perguntado, que a melhor receita para o seu fim seria a vinda de Indústrias para o município. Tendo em vista a resposta, desnecessário perguntar o que ele teria feito para finalizar este secular problema.

As respostas do novo Presidente demonstram o seu total despreparo para a nova função. Quando perguntado sobre a receita para superar a atual crise financeira nacional, argumentou que a cidade é sazonal e depende do Turismo, que oscila com uma qualidade que não agrada. Para Sávio o comércio precisa fazer um trabalho para trazer o Turismo de volta, sendo feito isso com o apoio de toda a Diretoria.

A indicação de Sávio para a Diretoria é a dúvida que todos querem tirar. Espreita-se entre os comentaristas de plantão que sua eleição, por aclamação, obteve sucesso ou pelo desinteresse dos Empretecos que dominaram a entidade nos últimos 20 anos, ou por uma pressão da Maçonaria que desejava ocupar lugar de destaque na entidade ou pelo atual momento político, onde o atual Presidente mantêm laços fortes e coesos com o atual Prefeito, pois seu filho ocupa o cargo de Secretário Municipal de Meio Ambiente. Perguntado, Sávio respondeu apenas que frequenta a entidade há mais de 20 anos e que sua escolha veio de sua participação na ACE.

O novo Presidente, mesmo com participação na entidade nos últimos 20 anos alega que irá se reunir com a Diretoria para saber quais questões são prioritárias e como elas devem ser resolvidas, quando na verdade já deveria sabe-las devidamente decoradas e sabidas. A intenção de eleger representantes nas zonas norte e sul é salutar, mas conscientizar o comerciante que a entidade não é um clube social, mas sim uma entidade representativa, de orientação e assessoria deveria ser o principal argumento. O retorno das antigas e tradicionais campanhas é outro ponto do novo Presidente, que irá estudar a melhor maneira para o retorno. Lembrando apenas que as mesmas foram cortadas devido a inadimplência dos associados e a crise financeira na região.

Como o novo Presidente citou a vinda de indústrias para a cidade, coube a ele uma pergunta sobre o assunto, respondendo que não teve nenhuma conversa com o Poder Público, mas que a independência da entidade e da Prefeitura não impedem a discussão do tema, onde tudo é uma questão de debate.

Após as perguntas alguns diretores e conselheiros falaram sobre diversos assuntos e aqui cabe destacar a intervenção do Vice Ari Barbosa, que abordou o crescimento da cidade e a qualidade do Turismo, objetivando ordenar tanto o turista quanto o próprio Turismo.

O novo Presidente da entidade, o 20º na ordem, aos 53 anos da ACE e com 20 anos de experiência e passagem pela Diretoria não teve nenhum projeto de sua autoria idealizado ou discutido neste período. Segundo o próprio tudo que ele participou foi em conjunto com as Diretorias as quais esteve junto. Nos bastidores comenta-se que o seu voto para quaisquer assunto acompanhava a maioria, sem debate ou questionamento.

Teme-se que a ligação estreita com a atual administração municipal seja mais complicador do que facilitador para as discussões que virão por aí nos próximos 24 meses. No Português popular a função de Leoa é mais encarada como a do amigo apaziguador de problemas do que o de solucionador de questões. Leoa garantiu que mesmo com a aproximação que tem irá exigir sempre melhorias para a categoria.

Finalizando, vê-se que a visão do novo Presidente sobre qualificação de mão de obra é meio deturpada, pois quando perguntado sobre a solução para uma melhor qualificação a resposta foi a de trazer empresas, indústrias e comércios fortes no mesmo perfil dos grandes magazines aqui instalados, pois os mesmos vieram para cá mediante estudos preliminares. A resposta direta e correta sobre o assunto só veio após refeita a pergunta. Cursos de capacitação.

Receia-se que seja o início do fim!!!

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