Uruguai – a história do pequeno país com grandes vinhos

*Stefan Massinger

 

Uruguai – o país, que quando mencione, está automaticamente conectado com a uva Tannat. Mas vamos começar e contar desde o início da vinicultura neste país. Baseado nos blogs da revista Adega e da empresa Divvino, que descreveram fantasticamente a linha histórica dos vinhos uruguaios, segue meu resumo.

O vinho chegou ao Uruguai na segunda metade do século XIX, de mãos dadas com famílias de imigrantes que trouxeram seus conhecimentos do Mediterrâneo.  – Este fato todos os países do novo mundo têm em comum, como leitores das edições anteriores com certeza anotaram. No Uruguai então, por volta de 1870, duas vinhas se destacaram de plantar e cultivar vinho: a do basco francês Pascual Harriague em San Antonio Chico (Salto), e a fazenda do catalão Francisco Vidiella em Colón (Montevidéu). Ambos de origem espanhol, acostumado de trabalhar em terroirs mais montanhosos, começaram então produzir vinho uruguaio. Podemos concluir, que a fundação da vinicultura uruguaia está baseada em estas 2 vinícolas.

Em 1878, Vidiella já havia adaptado a primeira variedade de videira, de origem europeia, ao clima do Uruguai. Em pouco tempo, Harriague fez a mesma coisa com uma variedade que importou de Concordia.

E é lá onde entre a uva Tannat em cena, o tão emblemático vinho uruguaio. A Tannat é uma cepa originária das áreas de Madiran e Irouleguy (no sudoeste da França), Foi o basco Pascual Harriague que deu a essa variedade seu grande impulso.

Esse empresário, nascido em 1819, chegou ao Uruguai em 1840 e, após várias atividades pecuárias no país, se estabeleceu na cidade de Salto. Por volta de 1870, depois de alguns anos fazendo testes com diversas variedades de uva, ele encontrou as condições para produzir um ótimo vinho tinto com uvas Tannat. Ele apresentou esses vinhos em 1887, que receberam elogios e prêmios internacionais nas exposições mundiais de Barcelona e Paris em 1888 e 1889 Hoje já são quatro gerações de viticultores uruguaios que continuam o legado de Pascual.

Apesar de ainda ter pouca tradição, comparando com as nações do velho mundo o Uruguai vem se firmando nos últimos anos como um grande produtor vinícola. O consumo do vinho por capita está alto dentro do país, e como as áreas da produção estão limitados, por causa do tamanho do país, nem todos vinhos produzidos no Uruguai acham o caminho para a exportação!  De acordo com o relatório da International Organisation of Vine and Wine (IOV), o país hoje ocupa a 27ª posição entre os fabricantes, e a 11ª entre as nações do Novo Mundo. O símbolo dos vinhos uruguaios é justamente a uva Tannat, que apesar de ter se originado no continente europeu, se firmou e ganhou destaque graças à sua expressão no país sul-americano.

Mas Uruguai tem mais variedades que o Tannat, o país produz excelentes Merlots e Chardonnays entre outros.

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina. Também administra um curso on-line, tem um podcast e faz lives educativas sobre o mundo do vinho. Atua também como consultor independente de negócios.

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