Vereador quer criar espaço Japonês no centro

Fachada Prédio da Vivo 33

 

O Vereador João Silva de Paula Ferreira – De Paula, da Câmara Municipal de Caraguatatuba elaborou e aprovou na Sessão Ordinária de 21 de Fevereiro, Requerimento onde pede informações ao Prefeito sobre a criação dedicado a cultura Japonesa no centro da cidade. No local escolhido funciona um Sushi Bar e Temakeria.

De acordo com o Requerimento o Vereador pede informações ao Prefeito Municipal sobre a possibilidade de transformar o local, conhecido como Boulevard José Olímpio num espaço com características e representatividade da cultura japonesa. O Vereador pergunta também se em caso positivo qual seria a previsão de início e término da obra e em caso negativo qual seria o impedimento. Na justificativa o Vereador se baseia na representatividade da cultura japonesa e a devida gratidão por tudo que fizeram pelo município ao longo dos anos.

O Boulevard recebe o nome de um ilustre e finado morador da cidade, Joel de Oliveira e foi inaugurado na gestão do ex-Prefeito José Pereira de Aguilar, quando transformou o espaço, que era cortado por um canal fétido e frequentado por drogados e marginais, num calçadão iluminado, com piso de mosaico, lixeira e bancos. O Boulevard tem aproximadamente 150 metros e dá continuidade a rua Washington Luís, sendo cortado pela Rua Ostiniano Sandeville e Avenida Anchieta, finalizando na avenida da praia.

Para o Vereador De Paula o povo japonês é representado em todo o país e em Caraguatatuba não é diferente, com o local escolhido sendo apropriado para a homenagem. De Paula informa que contatou a diretoria da ACREC – Associação Cultural Recreativa e Esportiva de Caraguatatuba para saber o que poderia ser feito no local. O Vereador relata não conhecer os donos do restaurante, mas acha que eles deveriam participar no caso da aprovação pelo Executivo. De Paula relata que o seu contato com a cultura oriental vem da Banda Gaijin Sentai, onde o baixista e o vocalista são seus cunhados. O Vereador adverte que várias reuniões deverão ser feitas até a conclusão e instalação da ideia. Perguntado se este projeto poderia criar uma “Jurisprudência Turística”, parodiando o Direito, ou seja, se outros donos de comércios temáticos pediriam estrutura idêntica, o Vereador não acredita em ciumeira e muito menos que outros comércios irão querer algo semelhante. De Paula considera que seria muito bom para a cidade, tornando-a mais bonita e atrativa.

O Presidente do Contur – Conselho Municipal de Turismo, Rodrigo Tavano, elogia a proposta. “Não sabia da existência deste Requerimento, mas acho bacana a proposta, pois temos poucos atrativos na cidade, apenas as praias e com sol”, disse. Tavano ressalta a necessidade de criar mais atrativos para manter o Turista na baixa temporada. Quanto ao possível favorecimento do comércio instalado no local da possível construção do espaço oriental o empresário refuta. “Acho que fortalece e não irá desencadear uma onda de espaços culturais no comércio local”.

O Presidente da ACE – Associação Comercial e Empresarial de Caraguatatuba, Sthênio Pierrotti concorda, com ressalvas. “Acho muito boa a ideia, poderia transformar o local numa cópia do bairro da Liberdade na capital, com a opção de uma feira oriental nos finais de semana”, disse. Ao mesmo tempo adverte que precisa ver o que será feito para não se tornar algo protecionista e desencadear uma onda de espaços temáticos pelos comércios da cidade.

A Sócia-Proprietária do Nori Sushi, estabelecimento instalado no local, Jéssica Guimarães Moraes acha a ideia excelente. “O Calçadão não tem tema algum e é pouco utilizado”, disse. Para a empresária a homenagem incentiva outros comércios e não causará ciumeira no restante da categoria. “A cultura Japonesa não é explorada ou citada na cidade”, frisou.  Ao mesmo tempo alega não conhecer ou saber se a Banda Gaijin Sentai frequenta o local e que desconhece o Vereador De Paula e muito menos a proposta do Vereador.

A comerciante Nancy Yumi Kikuchi, proprietária do Kiosk do Flávio, o mais tradicional restaurante de cultura oriental da cidade também concorda parcialmente com a ideia. “Acho maravilhoso homenagear a colônia, penso apenas que deve ser imparcial, pois favorece o colega comerciante”, disse. Para Nancy Kikuchi o ideal seria que a homenagem fosse feita numa praça, “por tudo que a colônia japonesa fez por esta cidade”. Ao mesmo tempo acha que a homenagem deveria ser feita num lugar neutro, “para não favorecer ninguém, pois o Boulevard é escuro e ermo. O melhor seria escolher um local amplo, neutro e de fácil acesso a todos”, finaliza.

A Prefeitura foi contatada para saber a resposta do Prefeito no Requerimento, mas até o fechamento deste texto não recebemos a resposta, provavelmente pelo prazo de 15 dias que o Chefe do Executivo tem para responder aos Requerimentos.

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